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Polícia prende suspeitos de integrar organização criminosa envolvida com execução dentro de cadeia em Canoas

29/11/2024 10h50

A Polícia Civil prendeu, durante operação nesta sexta-feira (29), 11 pessoas suspeitas de integrar a organização criminosa que teria ordenado a execução de Jackson Peixoto Rodrigues, de 41 anos, conhecido como Nego Jackson, dentro da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). Ele foi morto a tiros dentro da cela que ocupava no último sábado (23).

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Apontado como um dos chefes do grupo criminoso rival de Nego Jackson, Rafael Telles da Silva, de 36 anos, apelidado de Sapo, que teria determinado o assassinato, foi transferido da Pecan para uma casa prisional federal em Brasília.

De acordo com a Polícia Civil, Sapo estava junto do atirador, Luís Felipe de Jesus Brum, de 21 anos, no momento do crime. Eles fazem parte da mesma organização criminosa e, em junho deste ano, Brum foi preso por suspeita de envolvimento no assalto ao aeroporto de Caxias do Sul. Ele segue no sistema penitenciário do RS.

A operação desta sexta busca enfraquecer o grupo criminoso com as prisões, além de impactar a organização financeiramente e diminuir a influência de Sapo, que já teria ordenado a morte de outros rivais, de acordo com a Polícia Civil.

A investigação aponta que, em setembro, Sapo ordenou, por videochamada de dentro da prisão, a morte de uma pessoa no bairro Cascata , na Região Sul da capital (veja o vídeo acima).

No total, a Polícia Civil cumpriu 13 mandados de prisão preventiva, além de 19 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Porto Alegre, Canoas e Gramado Xavier.

Em 22 de setembro, por volta das 21h, quatro homens que estavam dentro de um carro assassinaram a tiros um homem no bairro Cascata. Ele foi morto com pelo menos 10 tiros. Os criminosos fugiram em seguida.

No mesmo dia, a Polícia Civil encontrou uma casa onde os criminosos estariam armazenando as armas usadas no assassinato. Houve a apreensão de quatro pistolas e o carro usado no ataque.

O motorista foi preso durante a noite. Após, houve a identificação de outras pessoas que participaram da execução e o mandante – que seria Sapo.

Em carta escrita um dia antes de ser morto, Jackson pediu transferência do local temendo "alguma falha na segurança". Ele se dirigia, em terceira pessoa, ao diretor da penitenciária.

O detento apontou ainda que era separado apenas por uma portinhola de outros apenados, inimigos da organização criminosa da qual Jackson fazia parte. Foi justamente através da portinhola que foram efetuados os disparos que atingiram o detento.

Conforme a Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo, a suspeita é de que a arma que matou Jackson tenha ingressado no presídio através de um drone. Na madrugada anterior ao episódio, houve registro de sobrevoo na região.

A arma utilizada no ataque dentro da cadeia, uma pistola 9 milímetros, foi apreendida. A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do crime.

O governador em exercício do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), anunciou o afastamento de um diretor e quatro servidores do Complexo Prisional de Canoas após o ocorrido.

Jackson Peixoto Rodrigues, conhecido como Nego Jackson, era apontado como chefe de uma organização criminosa do RS.

Conforme dados do Comando de Policiamento Metropolitano, Jackson tem ligação com 29 homicídios. São assassinatos, com decapitações e esquartejamentos, em que ele teria participação como mandante ou executor. A lista de antecedentes criminais do homem ainda inclui tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa.